Por Redação
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Passados nove dias da passagem do ciclone extratropical pela Zona Sul, Pelotas declarou situação de emergência por conta dos estragos provocados pelo fenômeno. De acordo com a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), a assinatura do Decreto 6.753/2023, oficializando a medida, foi feita somente nesta quinta-feira (20). O Município aguardava levantamentos dos prejuízos, que ainda estão sendo calculados, já que dependem de laudos e avaliações técnicas.

Dados da Emater sobre a produção agrícola indicam que Pelotas sofreu R$ 3 milhões em perdas. Em outras áreas, no entanto, ainda são esperados os relatórios consolidados dos estragos em prédios públicos, como escolas, devido à complexidade das análises e dos cálculos.

"Decidimos pelo decreto porque entendemos que isso é uma possibilidade de abrir portas para os agricultores e pequenos comércios que tiveram prejuízos, assim como o próprio Município, para que possa pleitear recursos. Além disso, para agilizar, administrativamente as obras que se façam necessárias, com dispensa de licitações, e realizar as intervenções, o decreto nos dá essa guarida", explica Paula.

Para que o acesso a recursos específicos para enfrentamento aos danos sejam liberados, o Município precisa ter o decreto aprovado pelo governo federal.

Falta de luz segue um problema
Em diferentes pontos da cidade, a falta de energia elétrica continua sendo transtorno para os pelotenses. A ponto de, ao avistarem uma viatura da CEEE Equatorial, moradores cercarem as equipes para pressionar por uma solução. O que nem sempre acontece.

Nesta quinta-feira, na avenida José Maria da Fontoura, em uma hora, o cabo foi reconectado e a luz restabelecida. O mesmo ocorreu na Travessa Dois do Jardim das Tradições. Já parte do Areal Fundos segue sem luz e um protesto fechou a ponte do Laranjal no final da tarde de quarta-feira. Apesar de centenas de clientes seguirem desabastecidos, a companhia se manifestou hoje afirmando operar na normalidade em todas as áreas de concessão no Estado, restando apenas pontos isolados, principalmente na Região Sul. Em um dos boletins do dia, a concessionária chega a remeter seu conteúdo a uma publicação feita pela MetSul que compara o ciclone à "última grande Guerra Civil gaúcha".

Por alegar serem pontos isolados, a CEEE Equatorial não deu atualização na tarde desta quinta sobre quantos clientes permanecem sem luz em Pelotas, Rio Grande, Capão do Leão e Morro Redondo. Contudo, moradores de locais como a rua Gramado, no Valverde, Laranjal, ainda seguem sem luz. Mesma situação de ruas do Recanto de Portugal.

Muitos protocolos sem resposta
No caminho que leva às charqueadas, a espera do caminhão está levando moradores a extremos. A jornalista Gabriela Mazza afirma ter protocolado 15 pedidos de conserto na rede elétrica à companhia. Também diz ter ido à Ouvidoria e ao Ministério Público para encaminhamento de denúncia, já que a paciência diante da demora se esgotou.

Alguns retornos
Na tarde desta quinta-feira (20), em Morro Redondo, mesmo com o tempo chuvoso, uma equipe trabalhou até o restabelecimento da luz, o que deixou os moradores do Município um pouco mais aliviados. De volta a Pelotas, quem comemorou a volta da luz foram os moradores da rua Barão de Butuí entre Álvaro Chaves e Alberto Rosa. Até hoje eles viveram a angústia de receber torpedos dizendo que a situação estava normalizada na região. "Acho que era golpe e, por isso, entrávamos com novo protocolo", disse uma moradora.

O que diz a CEEE
A distribuidora ressalta que o fenômeno foi um dos mais devastadores ocorridos no Estado e orienta os clientes que ainda estejam sem luz para que registrem ocorrências por meio do WhatsApp (51) 3382-5500, para solicitar religação e informar falta de energia (é preciso adicionar o telefone à lista de contatos). Também é possível registrar no site ceee.equatorialenergia.com.br, no telefone 0800-721-2333 e por mensagem no SMS 27307, que deve ser preenchido com a palavra LUZ e o número da Unidade Consumidora (UC), encontrado no canto superior direito da fatura de energia.